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Serão textos de História,Filosofia, provas e avaliações. Aguardem!
1) PUC/GO
FIT - DEPTO. DE FILOSOFIA
PROF. JOSÉ TERNES
AL.: T.G.SILVA
DESINTEGRAÇÃO DA VIDA E FLUIDEZ DAS COISAS: OU "O CORPO FRAGMENTADO"
" (...) um lenço que cai" (...) pode significar uma alavanca com a qual o poeta erguerá o universo(...)". Frases citadas pela autora às p. 56-57 do livro O Corpo Impossível.
A mentalidade e a necessidade depois da segunda Grande Guerra Mundial era: se levantar, reerguer. Isso era necessário! Estava tudo esfacelado e fragmentado. Tinha-se que erguer o "edifício" a partir do que já desmoronou. Já não havia sentido em nada, voltou-se insignificante, ao que passava rapidamente; ou seja, buscava-se sentido muitas vezes no que não tinha sentido. Isto lembra um pouco, o período da Bele Epòque, em que valorizou-se em demasia as aparências, a opulência, o fútil, etc. Enfim, tudo aquilo que era efêmero.Mas, aqui no caso, no período do "Corpo Fragmentado", ou no momento em que o corpo perdeu o sentido, a busca era exatamente (é) por sentido; dar razão e significado às coisas.
Pois, com a situação gerada pela guerra,ocorreu o esfacelamento das ideias, dos conceitos da vida, enfim. Tudo se tornou real, como uma folha que cai; o passageiro, o efêmero, adquiriu "concretudo".
Assim, houve uma necessidade de ajuntar a partir dos estilhaços, dos fragmentos deixados pelos fatos durante e pós-guerra. Que rumo tomar, que caminho seguir, qual o sentido da vida, depois de tudo isto?
Ingman cineasta/dramaturgo sueco, em seu filme "O sétimo Selo", também levantou uma série de questionamentos nesse sentido. O filme de 1957, usa uma linguagem e imaginário medievais para denunciar e levar as pessoas a refletirem e, possivelmente, encontrarem significados para a vida.
"O Sétimo Selo", fala dos desencontros, angústias, conflitos, dores e sofrimentos do homem no pós-guerra.
A autora, Moraes, falando do "corpo fragmentado", quer nos levar a perceber como o corpo também, perdeu a sua unidade; se o homem encontrar-se sem rumo no pós-modernismo, ou realismo, o corpo também - pois é nele que o homem se faz presente, concreto, real -, perdeu seu sentido. Como falar do corpo, se o homem está esfacelado? E, fala-se muito do corpo hoje, exigindo que ele seja "sarado", saudável, belo, que corresponda às expectativas do mundo moderno. Mas, o homem contemporâneo sabe cuidar mesmo do corpo? Ou, essa" preocupação" com o corpo não passa de uma preocupação fútil? Ou no mínimo frágil?!
2) PUC/GO
Fia.
Sem. lll
Teodoro
A MESA DA DISSECAÇÃO"
Esfacelamento do Corpo: ou a Fragmentação do mesmo?
"A MESA DA DISSECAÇÃO"
Dissecação ou dissecção; segundo a Enciclopédia Larousse Cultural V. 8 p 1937, dissecar é: "ação de dissecar: dissecção (dissecação) de um cadáver; exame analítico e minucioso de alguma coisa.Dissecação de uma veia, ação de por a nu uma veia superficial para introduzir em seu interior uma agulha ou cateter. Dissecação da aorta, aneurisma que provoca a separação dos diversas camadas do tecido que compõem a parede aórtica (...)".
No capítulo 1° do livro, vimos como a autora coloca a questão da "perda da cabeça".
Ela, a autora, faz um paralelo, ou melhor, levanta a questão da modernidade: "muitas cabeças rolaram" através da guilhotina porque essas figuras eram mal vistas, ou incomodavam uma situação ou sistema vigente. A cabeça sendo decepada, o corpo se torna assim, inofensivo.
Mais isso é uma contradição: porque nunca se cultuou tanto o corpo como na atualidade; mas, essa preocupação com o mesmo, tanto se fala dele, tanto se exige dele, tanto se quer o "corpo sarado" etc, que o corpo mesmo, acaba se anulando. Teoricamente está em alta, mas, na realidade, temos a morte do corpo.
Trabalhei essa ideia num artigo no curso de História, 5° período: Corpo e Totalitarismo em a Arquitetura da Destruição. Corpos saudáveis, e bonitos, para estarem à serviço do nazismo, do sistema. Enquanto o corpo humano, mesmo, com a sua importância, não tinha valor nenhum. Era importante somente enquanto estava se prestando para produzir aquilo que o regime exigia das pessoas.
Aqui, no capítulo 2, "A mesa da dissecação", a contradição continua, só que se referindo a todo corpo: parafraseando o que Nietzsche afirmou quando disse que "deus morreu", aqui se poderia dizer em relação à tecnologia, avanço científico no séc. XXl: o homem está morrendo; se este morre, o corpo então, já esfaleceu há muito!
O corpo está sendo dissecado cada dia na mesa da incompreensão, da falta de diálogo, comunicação (esta na atualidade muito fragmentada; diz-se muito e pouco e pouco é compreendido); é, o homem continua sacrificando e sendo sacrificado; amando pouco e querendo ser amado. É o vazio de significado da modernidade. Concordando com o texto, quando Moraes coloca: "Não se tratava, pois, de afirmar que a natureza humana tornou-se finalmente mais dócil; mas de confirmar a racionalização da crueldade, que ganhou em consciência o que perdeu em brutalidade cega"(p.53).
PUC/GO
FIT - DPTO. DE FILOSOFIA
PROF. J. TERNES
AL.: T.G. SILVA
"AS METAMORFOSES DA FIGURA HUMANA"
De acordo com o Dicionário online de português, metamorfose é: "mudança de uma forma em outra; na biologia é transformação importante do corpo e do modo de vida, no curso do desenvolvimento de outros animais, como os batráquios, etc. Figurativo: mudança completa no estado ou no caráter de uma pessoa".
E para a Enciclopédia Larousse Cultural, v. 16 p. 3953, metamorfose é: "profunda mudança de forma e aparência que ocorre em um animal de um estágio de desenvolvimento para outro, como o da larva, para adulto. Transformação, mudança".
A autora de "O Corpo Impossível, a cada capítulo vai desmontando em nossas cabeças aquelas concepções adquiridas ao longo da nossa formação acadêmica; e fazendo-nos livrar das "teias de aranha" que foram colocadas nas nossas consciências; a gente forma conceitos, que ficam arraigados na consciência que, quando se defronta com uma estrutura de pensamento diferente da que se tem, isso incomoda-nos e nos choca.
A noção que se tem do homem, a filosofia nos ensinou que o homem é quase um rei da natureza, assim como o "leão é o rei da selva".
E, no capítulo em questão, Moraes, foi colocando como que no sul-realismo o homem vai perdendo seu trono na natureza. Ele, homem, é um elemento como a pedra, a árvore, ou um pássaro por exemplo. É se desfazendo que o homem pode se refazer, ou construir.
Genial a frase de Battaille: "Os seres morrem para voltar a nascer"(p.84). Não se trata da dialética, onde se tem a tese, que requer uma antítese para a logicamente chegar a uma síntese. Mas, o desfazer o que está "feito" para chegar-se a algo que ainda não existe. "As metamorfoses da figura humana" querem levar-nos ao homem que ainda não é real.
É ainda Battaille que diz: "dos falos, que ainda saem dos corpos para neles retornarem"(p.84). Aquilo que ainda não é, ou que é, mas não é como deveria ser, pode se tornar real.
Ainda Battaille: "O amor e a vida só parecem individuais na Terra, pois nela tudo se destrói com vibrações de amplitude e duração diferentes"(p. 84).
"As metamorfoses da Figura Humana, mostram como o homem é algo a ser construído: na visão de Foucault, o homem é construído; a história é construída; tudo está para ser feito. E, tudo acontece pela palavra, discurso".
Uma colocação pessoal: continuo cada dia me perguntando: qual o grau de aproximação que existe entre entre o prólogo do evangelho de João e "As Palavras e as Coisas"? Cada dia esse questionamento se robustece mais nas minhas inquietações e interrogações.
PUC/GO
DPTO. DE FIA. FIT
PROF. JOSÉ TERNES
AL.: SILVA, T. G. GOIÂNIA,2013
O BESTIÁRIO MODERNISTA
"Sabei que o homem, por sua natureza múltipla, não ignora os meios de ampliar ainda mais suas fronteiras"(Lautréamont).
Em todo este capítulo Vl nas páginas o compõe, vê-se figuras, cada ilustrando o assunto, - pelo menos foi assim que entendi -, que além de fragmentar o corpo humano, representar uma metamorfose do físico que o ideário sulreal propõe, este capítulo Vl do livro "O Corpo Impossível," me fez lembrar um filme que assisti nos anos 80: "A Fúria de Titãs.
Trata-se evidentemente,de um filme que fala e nos leva a refletir sobre a mitologia grega.. As figuras, todas desengonçadas, a figura da da "Medusa", uma mulher com a cabeça cheia de cobras. E, as outras figuras, que o filme apresenta, são todas horripilantes!
A passagem do filme que mais me agradou, foi a figura da coruja, símbolo da sabedoria. E, havia algo engraçado: quando algum se aproximava, a coruja dava sinal: se movimentava, pulava, etc. Agora recente, este filme foi passado em alguns cinemas; mas, segundo disseram-me, algumas coisas foram modificadas; deve ter ficado sem graça; não é igual ao apresentado em 1982!
Mas, voltando ao texto, na página 113 no final do segundo parágrafo: "Os sere-objetos (ou objetos-seres) se caracterizam pelo fato de dedicarem a uma transformação contínua e testemunham a eternidade da luta entre as potências agregantes e desagregantes que reivindicam a verdadeira realidade da vida."
No filme A Fúria de Titãs havia duas figuras que me chamaram a atenção; "Medusa", com sua cabeça cheia de cobras; figura apavorante. E a coruja, que dava sinal quando o perigo se avizinhava; símbolo da sabedoria, da perspicácia. Mas a "Medusa", com suas cobras na cabeça, apesar de não ser uma figura agradável de se ver, tem também sua importância no contexto do filme. Ela dá o alerta para os seres se atentarem para as situações embaraçosas da vida; não ela, mas vão se tornando espertos a partir das suas experiências.
Neste livro que se está vendo os capítulos, "O Corpo Impossível é, mais especificamente no capítulo Vl, "O Bestiário Modernista" é uma situação que, ao começar ler, logo me veio à cabeça, mente, a recordação do filme citado acima.
A linguagem, a maneira como a autora coloca suas ideias e dialoga também com ideias de outros, vai nos fazendo perder aquela aquela ideia de pessoa, de corpo humano certinho. Aliás, isto ocorre desde o início do livro.
Durval Muniz Júnior (2011,29) pega um pensamento de Caetano Veloso e coloca no início da introdução do seu livro A Invenção do Nordeste e outras artes como epígrafe:
"Pelos mundos nossa lenda. Mesmo que nunca se aprenda. Eu te ensino a fazê . Que mais posso te ensinar. Eu que não posto outra prenda. Que só sei dar vida à trama vã;" - Caetano Veloso.
É assim que a gente se sente ao ler este livro; que trata de questões extremamente sul reais. Não se sabe onde começa e nem onde terminará; e, nem nem mesmo se começou.
Questões que fazem a gente pensar, mas não se consegue concluir nada; e nem sequer, há uma perspectiva de uma luz no fim do túnel. O saber na contemporaneidade, não tem começo, não tem fim (está sempre ali, no meio do caminho, quando parece necessário é importante questionar para quem sabe, saber, descobrir algo sobre o saber, algo da realidade).
Ainda utilizando um pensamento de Durval Muniz Júnior que está no início do livro acima (2011,21), um de E. W. Said:
(...) O lugar provisório do intelectual é o domínio de uma arte exigente, resistente, intransigente, na qual, lamentavelmente, ninguém pode se refugiar, nem buscar soluções. Mas apenas nesse exílio precário é possível compreender de fato a dificuldade do que não pode ser compreendido, e continuar a seguir em frente mesmo assim".
É isso que se pode entender lendo este capítulo Vl, "O Bestiário modernista"; mas, será que se entendeu mesmo alguma coisa?
Finalizando, utiliza-se aqui uma máxima de um pensador do século V-lV a.C.: "A única coisa que sei é que nada sei"- Sócrates.
Esta é a noite escura que cada um a enfrenta a seu modo; tentar se enfronhar nesta perspectiva de pensamento é semelhante a "pisar em cacos de vidro e cascas de ovos". Lembra um filme onde Tom Cruize ator norte americano atua como intérprete principal: "Sem Saída". Vive-se em suspense o tempo todo. Só no finalzinho do filme, é que se vai entender a trama.
PUC/GO
FIT (DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA)
PROF. JOSÉ TERNES
AL.: T. G. SILVA
"O OBJETO DA ARQUEOLOGIA DE FOUCAULT"
Biografia: M. Foucault nasceu em Poittiers, na frança a 15 de outubro de 1926 e faleceu em Paris em 25 de junho de 1984. Foi importante filósofo e professor da cátedra de História dos sistemas de pensamento no Collge de France desde 1970 a 1984. Filiação; Anne Malaport, Paul Foucault. Irmãos: Denys Foucault, Francine Foucault. Autor de várias obras, como Vigiar e Punir, As Palavras e as Coisas, A Ordem do Discurso e muitas outras (google, pesquisa em 20.10.13).
Para falar do "Objeto da Arqueologia de Foucault", primeiro deve se ver a definição de arqueologia segundo o Dicionário de Foucault de Edgardo Castro e de objeto, algumas definições que se viu em aula.
"As Palavras e as Coisas,"tem como subtítulo, uma arqueologia das ciências humanas"(p.40). (...)" A arqueologia não se ocupa dos conhecimentos descritos segundo seu progresso em direção a uma objetividade, que encontraria sua expressão no presente da ciência, mas da episteme, em que os conhecimentos são abordados se se referir ao seu valor racional ou à sua objetividade.